Não há partidos. Não há esquerda. Não há direita. Não há opinião.

Noutros paises pode ser diferente, há quem o saiba, o que não nos importa. Importa o que somos, o que queremos, o que pensamos, o que nos interessa. E é no conjunto de nossos interesses que reside o problema. Não temos culturalmente interesses de povo, de nação, de público. Só cansarei de usar a negativa. A rua é pública (diz ele). E o público neste caso é para sujar, para se fazer o que se quer. E esse "fazer-o-que-se-quer" não se leva em conta o "fazer-o-que-se-quer" do outro, que por sua vez não se importa com o interesse do um. Pode parecer pouco, a borboleta da china que perdeu a asa, mas ao sujar a rua, e ai entram as faixas de propaganda, out-doors, postes, buracos, o tráfego deseducado, o alto-falante, o panfleto, o menor pedinte, etc.. Tudo levando a uma metastase da incompreensão do que é a coisa pública. Tudo e de tal forma e maneira que o indivíduo crê que os partidos são coisas privadas, onde eles deveriam ser coisa pública. Nesta metastase o partido (coisa privada) a cuidar da coisa pública, age como o individuo age na rua, seja a emporcalhar-la. Assim é dessa cultura ( como substrato in vitreo) que brotam as drosófilas com olhinhos vermelhos que governaram, legislaram. Tudo sempre apesar de Nós. Quem vota está fora do jogo. Essa é a falácia. Quem vota perde o poder. Doa a um terceiro que com a soma dos poderes individuais atua privadamente com avidez em causa prórpria.